terça-feira, 1 de novembro de 2016

arredio
     etéreo
    fugaz
um gás que infinito me percorre
um canto
    um poema
        uma flor
este amor que por dentro me colore


responda
    por favor
        o que dizer
diante da eterna proeza
do amanhecer de iluminar qualquer dia
silêncio
    não diga
        nada mais
o silêncio é melhor
que e palavra que se diz e que esvazia



amei, porém amei demais
e demais a mais
e por demais de menos
o amor em nada em si
a mim me fora ameno
desfez-se o amor em mim
ao dizer-se o além
aliás o mais velado amém
de amor infinitamente sofri
e  nunca mais sorri
e por ter amado tanto assim
ao amor não mais dissera um sim

(de amor meu coração não basta
a carne miúda a solidão tão vasta)

de amor morri a morte mais dolorida
a dor eternamente comprida
a pena perpétua a ser cumprida
de manhãs tolas e  descoloridas
prometo de eterno amor não mais sofrer
e a falta de amar será o agora meu doer

pois a alma e o corpo morrem de amor
quando o amor termina
mas nesse sofrer infinito

te,,,

amar-te e nada mais além
é tudo e simplesmente que te faço
que queres mais de mim
do que o imenso amor que te dedico?
se o amor é mais
que qualquer outra tanta coisa
se é tudo e no entanto
não te parece tanto
que queres ainda mais
que todo amor que em mim possuo?
porque o amor a me doer
e que é meu ser e conteúdo
não te parece tudo
que mais eu te pudera conceder?
por que me pedes este pedido indecente
e meu amor não te parece suficiente?
se insistes no pedido atroz com que me feres
então, vai, leva meu ser contigo
que isto é tudo que eu consigo
e faça dele o que quiseres

leva contigo e alma e o corpo
pois que um flutua o outro jaz morto
se meu coração já não te basta
vai, leva em paz a mim e me devora
se esta paixão que tanto desarvora
não te parecer tão casta e vasta

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